O PRIMEIRO MANDAMENTO

terça-feira, 16 de agosto de 2016



Êxodo 20.1-3
Êxodo 20:3   Não terás outros deuses diante de mim.
Os dez mandamentos, foram entregues por Deus a Moisés no monte Sinai em tábuas de pedras. No entanto, é importante frisar que a lei de Deus não teve sua origem no monte Sinai. A entrega das tábuas da lei a Moisés, se constitui um marco na história do povo hebreu, porque sinaliza o início da lei na forma escrita àquela nação. Portanto, deve-se entender, que mesmo antes do Sinai, a lei de Deus já existia.
Para que se entenda melhor os dez mandamentos, é importante esclarecer alguns pontos fundamentais, e que muitas vezes passam despercebidos por muitos. Entre eles, destacamos: 
  O conceito de lei e graça nas Escrituras. Sempre que esse assunto é abordado, tem sido comum alguém indagar: “não estamos mais no tempo da lei e sim da graça, por essa razão, o Novo Testamento é mais indicado para nós do que o Antigo testamento”. Ou o Antigo Testamento é lei e nós estamos na graça e não mais na lei. Essas afirmações, exigem explicações precisas, porque tem levado muitas pessoas a interpretar as Escrituras de forma equivocada. Primeiro porque quando a bíblia fala acerca da lei, é importante que nós identifiquemos a que lei especificamente o autor sagrado está se referindo. Nós encontramos nas Escrituras, três tipos de lei, que Deus determinou a sua observância. A lei civil, que envolvia as obrigações de Israel para com o Estado. É por essa razão que no Novo Testamento é possível encontrar o nosso Senhor Jesus referindo-se ao pagamento dos impostos dizendo: “Lucas 20:25  dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Isso era o exercício da lei civil. A fidelidade do homem para com as leis da nação Israelita.
Em si tratando do estudo das leis de Deus, não podemos deixar de mencionar o conjunto de leis cerimoniais, praticadas por séculos pelos judeus, e incentivadas pelo próprio Cristo. No evangelho de Lucas Encontramos o Senhor Jesus após curar um homem com o corpo coberto de lepra, dizer-lhe: “Lucas 5:14    Ordenou-lhe Jesus que a ninguém o dissesse, mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o sacrifício que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo.” E por fim os escritores bíblicos também mencionam inúmeras vezes a lei em seu caráter moral. Essa lei moral, foi dada ao povo de Deus, por estatuto perpétuo.
Sempre que aparecer a expressão lei na bíblia, é preciso identificar a que tipo de lei o autor bíblico está se referindo; Lei civil, cerimonial, ou lei moral; a fim de que interpretações equivocadas não sejam cometidas.
Outro detalhe importante, é não atribuir a graça do Senhor, um caráter neo-testamentário. Quando uma pessoa afirma que a graça de Deus teve sua origem no Novo Testamento, ele está deixando de reconhecer, a obra da redenção no Antigo Testamento, o que se constitui um erro hermenêutico muito grande. É preciso que se entenda, que a própria dádiva da lei, foi uma autêntica manifestação da graça de Deus. Deus tirou o seu povo da Terra do Egito, da casa da servidão como ele mesmo diz no verso 2 “Êxodo 20:2      Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” E logo em seguida lhes deu um conjunto de normas e regras, para que esse povo as observasse, e soubesse como viver em harmonia, e plena comunhão com o seu Deus, e isso é a mais pura manifestação da graça divina. A lei cerimonial manifestava a graça do Senhor, porque o homem mesmo vivendo no período conhecido como Antiga Aliança, ou como muitos chamam de Antigo Testamento, mesmo assim a observância da lei cerimonial, de forma correta, lhe garantia pela fé naquilo que ela representava o perdão dos pecados. Em Levítico está escrito assim: “Levítico 4:35 Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico; o sacerdote a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do SENHOR; assim, o sacerdote, por essa pessoa, fará expiação do seu pecado que cometeu, e lhe será perdoado.” O perdão dos pecados inequivocamente, era a mais pura manifestação da graça de Deus. A graça de Deus compreende a Antiga Aliança e Nova Aliança, toda a história da humanidade está recheada com a graça do nosso Deus.
Outro ponto que precisa ser observado é o conceito de que o Antigo Testamento foi dado para um povo específico, (Israel) portanto sua mensagem precisa ser adaptada para a igreja hoje.
Gosto muito da forma com que a CFW se refere as escrituras, ela diz: “Sob o nome de Sagrada Escritura, ou palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e Novo Testamentos, todos dados por inspiração divina para serem a regra de fé e prática...” Não acreditamos em algumas partes das Escrituras. Nós cremos que toda ela é inspirada por Deus! E Paulo nos ensina que assim foi para que fossemos instruídos, repreendidos; educados; corrigidos; e habilitados para a obra de Deus. “2 Timóteo 3:16     Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 2 Timóteo 3:17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Portanto, não precisamos de uma mensagem diferente ou de uma mensagem nova para cada povo, tribo, língua ou nação, porque a mensagem da graça hoje, é absolutamente a mesma que nossos antepassados experimentaram a mais de 2000 anos atrás. Temos hoje, tudo que o homem precisa para ser liberto do pecado e viver em novidade de vida, a palavra de Deus.
Outro fato importante a destacar, é que Cristo está em todo o Antigo Testamento. De maneira que pregar o Antigo Testamento, sem mostrar a pessoa de Cristo, é um equívoco que precisa ser urgentemente corrigido, por muitos pregadores.
Feito esses esclarecimentos, vamos ao primeiro mandamento, que diz: “Êxodo 20.3 Não terás outros Deuses diante de mim.” Esse mandamento começa com uma negativa, claramente diz: “NÃO”. O contexto vivido pelos judeus não era muito diferente do contexto vivido por nós hoje. No Egito, terra onde viveram por longos anos, conviveram com práticas politeístas, a crença na existência de vários deuses. Basta lembrar as 10 pragas com as quais foram acometidos. Cada praga era uma referência a um deus que os egípcios adoravam. Se os egípcios matavam seus primeiros filhos e os ofereciam em oferta a uma divindade, como forma de culto, reverência e adoração, como castigo, Deus manda as pragas da morte dos primogênitos. Eles também adoravam as águas do rio Nilo, e como castigo Deus transformou aquelas águas em Sangue. Se Os egípcios eram politeístas, adoradores de vários deuses, Israel era monoteísta, adorava apenas um Deus, que era o Deus criador dos céus e da terra, o Deus que nós adoramos.
Assim como os egípcios, a nossa sociedade é politeísta, porque adora vários deuses. No segundo mandamento iremos tratar melhor essa questão. Aqui, o Senhor diz: “Êxodo 20.3 Não terás outros Deuses diante de mim.” Esse mandamento contém alguns deveres que nós devemos cumprir, e nos faz entender alguns pecados que devemos evitar cometer.
Quando o Senhor proíbe o seu povo de se relacionar com outros deuses, obriga-os a crer. Se os mandamentos foram normas e regras para que o povo soubesse como se relacionar com Deus, uma dessas normas era crer nele. Por essa razão o escritor aos hebreus disse: “Hebreus 11:6  De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” O próprio Deus ao dar a Moisés esses mandamentos, deixa claro que se trava de leis, não eram simples orientações, pedidos, Não! Eram leis, foram criadas por um legislador, e Deus era esse legislador por isso disse no verso 2: “Êxodo 20:2 Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” Deus está dizendo: Eu sou o Senhor, vocês são meus servos, portanto, devem me obedecer inquestionavelmente.
O primeiro mandamento enfatiza a unicidade de Deus. Ele é único, não há outro. “1 Samuel 2:2  não há santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus.” Tentar se relacionar com Deus, sem verdadeiramente crer nele, era grave mal. E muitos judeus fizeram isso, cometeram esse erro e foram reprovados por Deus, e a bíblia alerta-nos a não cometermos esse mesmo erro.  Hebreus 3:12 Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. Aprendemos com esse mandamento, que sendo Deus o único Senhor, exige de nossa parte comunhão e não alienação. No livro do profeta Ezequiel está escrito: “Ezequiel 14:7   porque qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que moram em Israel que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos dentro do seu coração, e tiver tal tropeço para a iniqüidade, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, a esse, eu, o SENHOR, responderei por mim mesmo.  
Ezequiel 14:8 Voltarei o rosto contra o tal homem, e o farei sinal e provérbio, e eliminá-lo-ei do meio do meu povo; e sabereis que eu sou o SENHOR.” Deus tirou o seu povo da terra do Egito da casa da servidão para se relacionar com ele, E Israel precisou sofrer para aprender isso. Deus tinha propósitos especiais para o seu povo, mas infelizmente nem todos atentaram pra isso. Veja que em Deuteronômio Ele diz: “Deuteronômio 8:3        Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem.
Quantas vezes esse mesmo erro acontece em nossos dias? Às vezes nos ocupamos demais com a casa, com as atividades do dia a dia, com o lazer, com tantas coisas, e nos esquecemos que tudo isso um dia irá passar. Tiago escreveu sobre um grupo de pessoas que estavam exacerbadamente preocupadas em ganhar dinheiro, preocupadas com as coisas materiais e esquecendo-se de Deus, a esses tais Tiago diz: “Tiago 5:3 o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias.
É importante que destaquemos também, que as vezes corremos o risco de endeusar pessoas, coisas, empregos, como se nossa vida dependesse deles e definitivamente não depende. Dependemos de Deus! E, quando colocamos outra coisa no lugar de Deus, estamos ferindo o primeiro mandamento.
Quando o homem coloca o lazer, o marido, a esposa, o dinheiro no lugar de Deus, está transgredindo o primeiro mandamento. Não devemos considerar nenhuma criatura como a fonte de nenhuma bênção ou mesmo nenhum sucesso que possamos gozar. Davi entendeu isso! Quando estava de posse dos materiais para construção do templo, Ele olhou para toda aquela riqueza e disse: “1 Crônicas 29:14    Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos”.
Em Cristo Jesus, Senhor nosso.
 

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