Salmo 1

segunda-feira, 31 de outubro de 2016



Salmo 1
Salmos 1:1       Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.  
Salmos 1:2         Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.  
Salmos 1:3         Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.  
Salmos 1:4         Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.  
Salmos 1:5         Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.  
Salmos 1:6         Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.
Esse primeiro Salmo, é a porta de entrada de todo o saltério. Ele traz em seu conteúdo a receita da felicidade. Nele o salmista apresenta a clara distinção, entre o homem que teme a Deus, e aquele que não evidência em sua vida essa reverência, esse temor ao Senhor. Aos que temem a Deus, o salmista chama-os de justos. E, é bom que se entenda, que essa designação, de “Justos” é atribuída ao homem, não por conta dos seus atos, daquilo que ele fez ou faz. Mas, por conta daquilo que Cristo fez por ele através da obra redentora.
Em linhas gerais, acertadamente, diz-se que mediante o nascimento, vida, morte e ressureição de Cristo, parte da humanidade, graciosamente foi beneficiada com a justificação. Ou seja, foi justificada. De maneira que imerecidamente os que receberam essa graça, passaram a desfrutar da comunhão com Deus. Uma comunhão que havia sido quebrada pelo pecado, mas que fora restaurada em Cristo. Daí o uso da expressão justos, ou justificados. É uma espécie de senha de acesso a presença de Deus, que tira o homem do estado aparente de felicidade provocado pelo pecado, e leva-o a experimentar o real estado de bem-aventurança proporcionado por Deus.
Já aqueles que não evidenciam em suas vidas o temor a Deus, esses são chamados de ímpios. Eles possuem traços bem característicos, e embora em alguns momentos, eles pareçam ser felizes, são na verdade são completamente opostos aos chamados justos.
Esse primeiro salmo, trabalha exatamente essa diferença existente entre essas duas classes de pessoas na humanidade. São na verdade dois grupos que em diversas partes da bíblia, são apresentados por meio de terminologias diferentes, tais como: filhos da luz e filhos das trevas, filhos da obediência, e filhos da desobediência, os que entram pela porta larga e espaçoso caminho, e os que acertam a porta estreita e o caminho apertado, justos e ímpios. E nós, todos nós, de uma forma ou de outra, estamos inseridos em um desses grupos, e não há meio termo. Ou somos filhos da luz ou filhos das trevas, ou trilhamos o caminho largo e adentramos a porta que conduz a perdição, ou caminhamos no caminho estreito que conduz a vida e são poucos os que caminham por ele. São esses dois grupos e não existem outros.         
Ímpios e justos: Duas naturezas, duas realidades, dois destinos.
Ao apresenta-los, o salmista enfatiza três atitudes negativas. Essas três negativas, têm um papel importante na estrutura do salmo, porque chamam a atenção para aquilo que é positivo. O verso primeiro: “Salmos 1:1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. ” Perceba que há aqui uma ordem regressiva na ação humana, que tem por objetivo principal esclarecer o que torna o homem realmente feliz. Sendo assim, esse verso primeiro funciona na estrutura do salmo como uma lupa, para que se enxergue com precisão, as verdades contidas nos versos 2 e 3. A expressão “Não andar no conselho dos ímpios” significa não tornar seu coração semelhante ao coração do ímpio, mediante suas orientações, por uma razão básica implícita no texto, que é a cosmovisão entre as partes. Ou seja, a visão de mundo que tanto ímpios quanto justos possuem. O justo enxerga o mundo e interpreta os fatos através das Escrituras, através da lei de Deus. Daí o verso dois dizer: “Salmos 1:2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.  Isso significa que a lei de Deus é o que norteia, a vida do justo, e não os seus próprios pensamentos, e isso faz dele um homem verdadeiramente feliz, na essência da palavra, coisa que não acontece com o ímpio. Tanto é que no verso quatro o salmista diz: “Salmos 1:4   Os ímpios não são assim; assim como? Os ímpios não se deleitam na lei de Deus, o seu prazer consiste é pecar! Essa triste anomalia espiritual, faz parte de sua natureza corrompida e não regenerada. O salmo 58 nos ensina que o pecado é parte inerente dos ímpios. “Salmos 58:3 Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras. ” A voz da transgressão encontra-se em seus corações. A palavra não os guia, não os orienta, por isso o verso quatro declara: “são, porém, como a palha que o vento dispersa.A linguagem aqui é figurada, extraída do costume judaico que as mulheres tinham de joeirar o trigo, para separá-lo do joio, indicando que o ímpio não se sustenta quando peneirado, ele não tem firmeza nem direção. Enquanto que o justo, tem sua vida direcionada, guiada por Deus, ele não sai por aí sem direção, como uma folha seca. “Salmos 1:3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. ” A garantia de vida, do justo é o lugar onde ele está plantado. Temos aqui, três afirmações que indicam não só a dependência, como razão da bem aventurança.
Por causa da corrente de águas, que é na verdade uma alusão a pessoa de Cristo,
1.    A arvore dá o seu fruto
2.    Suas folhas não murcham
3.    Ela é bem sucedida.
Não é algo que parte do próprio homem, é algo que ele não tem em si mesmo, mas que recebe da fonte. O salmista descreve o justo como aquele que vive uma realidade completamente distinta do ímpio.  
Se o justo recebe essa garantia de prosperidade e vida da parte do Senhor, que é a fonte de vida, “João 4:14 aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” O salmista mostra que essa eternidade no ímpio, é longe de Deus. “Salmos 1:5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Salmos 1:6         Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. ” Perceba que a ideia de separação continua muito forte no texto. Só que agora o salmista vai tratar acerca do destino final das partes. Para isso ele faz uma referência ao juízo de Deus, dizendo que os perversos não prevalecerão no juízo. É importante atentar, para quem ele chama de perversos. Perversos aqui, são aqueles que:
1.    Rejeitam a direção de Deus, e de alguma forma buscam as orientações dos que não tem ao Senhor. 
2.    São aqueles que não sentem prazer na lei de Deus {a palavra não é seu guia}
3.    São aqueles que não estão plantados junto a corrente de águas, e por conta disso não frutificam.
Esses, não resistirão no dia do juízo, nem permanecerão na congregação dos justos. Haverá uma separação eterna e irreversível. O Senhor Jesus disse: “Mateus 3:12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.” Ainda em Mateus acerca dessa separação está escrito: “Mateus 25:32   e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; Mateus 25:33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;”. E, porque o Senhor fará assim? O verso seis nos responde: “Salmos 1:6       Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” Esse conhecer aqui, significa preocupar-se com, é a assistência do Senhor, o seu cuidado, seu amparo, é sua graça em ação em favor dos seus, é isso que significa a expressão conhecer nesse salmo. Em contrapartida, o caminho dos ímpios perecerá. E perecer aqui é uma referência a um caminho que inevitavelmente leva a frustração.
É esse caminho, que o mundo trilha. Um caminho que parece tudo muito bom, muito belo, muito divertido. Mas, que o escritor aos provérbios ao mencioná-lo diz: “Provérbios 16:25 Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte.” Infelizmente muitos estão trilhando esse caminho, vivendo sob a triste e esmagadora ilusão vivida por uma parcela da sociedade, que a todo custo tenta esconder por trás de grandes sorrisos, a profunda amargura e grande tristeza que existe em seus corações, por não conhecer a lei de Deus, não meditar em sua palavra, e como consequência, a cada dia que passa, se entrega de corpo e alma aos prazeres da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida. E, mal sabem, que um dia estarão diante do tribunal de Deus, e certamente não prevalecerão no juízo, e não farão parte da grande congregação dos justos, que serão por Deus separados dos ímpios, a semelhança da palha e do trigo. Quando isso acontecer, tardiamente, e para desespero eterno, perceberão o quão distante de Deus viveram, e amargamente entenderão que o que chamavam de felicidade, era na verdade o triste engodo da alma.
A verdadeira felicidade, não consiste em fazer tudo aquilo que quer. Mas, se submeter ao querer de Deus, e andar segundo a sua lei. Porque a submissão a essa lei, é a marca da verdadeira felicidade.
O presente século está sendo marcado, pela forma com que as pessoas a todo custo estão andando ziguezagueando de um lado para o outro, numa profunda inquietação a procura da felicidade, e não a encontram porque a procuram na fonte errada. Ao invés de correr, é preciso parar e entender que a verdadeira felicidade consiste em conhecer a lei de Deus, e meditar nela. Só assim o homem saberá o que é de fato ser genuinamente feliz.
Pr. Adeilton S. de Souza.


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